Usucapião familiar: saiba como garantir o direito à moradia em casos de separação ou abandono
Usucapião familiar: saiba como garantir o direito à moradia em casos de separação ou abandono
O fim de um relacionamento pode trazer muitas dúvidas sobre a divisão de bens e, principalmente, sobre o direito de permanecer no imóvel da família. Pouca gente sabe, mas existe uma forma específica de usucapião, chamada usucapião familiar, criada justamente para resolver situações em que um dos cônjuges ou companheiros abandona o lar.
Esse mecanismo jurídico busca proteger quem continua no imóvel, assegurando moradia e estabilidade, especialmente quando há filhos envolvidos.
O que significa usucapião familiar
O usucapião familiar é uma modalidade prevista no artigo 1.240-A do Código Civil. Ele permite que a pessoa que permaneceu morando no imóvel — após o abandono do outro cônjuge ou companheiro — possa, com o tempo e preenchendo os requisitos legais, se tornar a única proprietária do bem.
Na prática, trata-se de uma forma de regularizar a situação de quem ficou responsável pelo lar, sem precisar enfrentar disputas judiciais intermináveis.
Quem pode pedir o usucapião familiar
Essa modalidade não se aplica a todos os imóveis ou situações. Para que o pedido seja aceito, é necessário cumprir algumas condições:
O imóvel deve ter até 250m² e estar localizado em área urbana
O bem precisa ser destinado à moradia da família
É preciso comprovar o abandono do lar por pelo menos 2 anos seguidos
O requerente não pode ter outro imóvel em seu nome
A posse deve ser pacífica, exclusiva e contínua durante o período
Se todos esses pontos forem comprovados, abre-se a possibilidade de obter a propriedade integral por meio da Justiça.
Como é feito o processo de usucapião familiar
O pedido deve ser feito por meio de ação judicial, com apresentação de documentos, testemunhas e outras provas que demonstrem o abandono. O juiz analisará cada detalhe e, caso os requisitos estejam atendidos, concederá o reconhecimento da propriedade ao cônjuge ou companheiro que permaneceu no imóvel.
Vale destacar que essa modalidade não se aplica em casos de separação amigável ou quando o imóvel foi deixado por ambos. O fundamento central é o abandono injustificado de um dos conviventes.
Por que o usucapião familiar é importante
Mais do que uma questão patrimonial, o usucapião familiar é uma proteção ao direito fundamental à moradia. Ele garante que a pessoa que não abandonou suas responsabilidades familiares possa manter estabilidade, dignidade e segurança jurídica.
Esse instituto também reforça a função social da propriedade: o imóvel deve servir à moradia e à proteção da família que nele reside.
Conclusão
O usucapião familiar é uma ferramenta valiosa para quem foi deixado no lar conjugal e deseja regularizar a propriedade. Ao reconhecer esse direito, a lei evita litígios prolongados e protege quem realmente manteve a responsabilidade sobre o imóvel.
Buscar apoio jurídico é fundamental para conduzir o processo com mais segurança e aumentar as chances de êxito.
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